Fã de Ronaldo, Braathen quer ser o ‘Fenômeno’ do esqui alpino no Brasil

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Lucas Braathen gosta de frisar que toda sua trajetória vitoriosa no esqui alpino só aconteceu graças à paixão pelo futebol brasileiro, que o incentivou a praticar esportes. Grande fã de Ronaldo, o atleta se surpreendeu quando a revista do jornal francês L’Equipe o chamou de Fenômeno na capa de fevereiro deste ano.

 

Num primeiro momento, o norueguês naturalizado brasileiro sentiu a pressão de receber a mesma alcunha que Ronaldo, um dos melhores jogadores de futebol da história. Depois, Lucas transformou esse sentimento em ambição.

“Eu não acreditei quando vi. Tenho sonhos grandes e não tenho medo de falar que eu quero ser o melhor do mundo. Quero virar um fenômeno. Essa pressão é um privilégio que me deixa ampliar o meu potencial, alcançar meu nível mais alto. Eu quero viver com esse espírito e vou fazer tudo o que posso para alcançar esse sucesso”, disse Lucas.

DIFÍCIL, MAS LIBERTADOR

Em sua primeira temporada defendendo as cores do Brasil, Lucas Braathen conquistou cinco medalhas na Copa do Mundo de esqui alpino. A última delas foi na Noruega, país que nasceu e pelo qual competia antes de decidir abraçar a nacionalidade de sua mãe.

A mudança, segundo Lucas, foi difícil. Mesmo com uma equipe estruturada, o esquiador passou pelos desafios de representar um país que ainda está se aprimorando no esporte de neve. Apesar disso, o atleta se vê mais feliz em um cenário sem as limitações que o seguravam na Noruega.

“A infraestrutura é muito diferente… Eu estava numa organização grandona. Claro que tive muito suporte e a mudança trouxe um combo. Sou uma pessoa que adora a vida com liberdade. Quero fazer coisas do meu jeito, trazer uma mudança para essa indústria do esqui alpino. Agora, estou tendo uma vida muito bacana, viajando o mundo fazendo o que mais amo, que é esquiar”, destacou Lucas.

“A coisa mais importante é liberdade. A maior diferença é que estou numa situação em que sou aceito. Pude ganhar o sucesso do meu jeito. Isso é um privilégio, é muito raro. Sinto gratidão, porque a Confederação do Brasil me deixa viver minha vida do jeito que planejei. Se não tivesse recebido essa oportunidade, talvez nunca mais voltaria a esquiar”, acrescentou.

ENERGIA ÚNICA

Como brasileiro, Lucas também experimentou o calor da torcida. Em todas as competições da temporada, o atleta encontrou fãs e viu bandeiras do Brasil espalhadas pela neve, além de receber uma chuva de carinho nas redes sociais.

“Brasileiro tem energia, não é? Desde a primeira foto que a gente fez anunciando a representação pelo Brasil, minhas redes sociais estavam cheias de pessoas mandando abraço, amor, torcendo, e trazendo a energia que eu preciso para alcançar o sucesso defendendo a bandeira brasileira. Isso é um amor que não existe em outro país. É uma coisa bem brasileira, é uma coisa bem única”, destacou Lucas.

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